PÃO DE MILHO

No norte de Portugal é muito tradicional as chamadas “broas”. Apesar do milho ser de origem americana, acredita-se que, por vestígios encontrados em sítios arqueológicos, no Egito e na Grécia, que esta planta tenha chegado á Europa antes ainda da ‘Era dos Descobrimentos’.

Com a colonização do Brasil, este cereal, passa a ser plantado no norte de Portugal, como alternativa ao trigo. Desde longa data, as broas são feitas no norte de Portugal, moendo-se o milho em azenhas movidas a água. Atualmente, a produção de broas estende-se a todo o território nacional, mas as melhores, na opinião de muitos apreciadores ainda serão as da região Norte.

Ultimamente têm sido adicionados outros ingredientes aquando da sua confeção, com especial relevo para os enchidos como chouriço, paio, salpicão e outros.

Nesta freguesia há a tradição do bolo de carne, que é feito com massa de farinha de milho, sobre a qual e antes de ser metido ao forno são colocados pedaços de carnes fumadas.


BOLO  DE  CARNE

     Veja o processo de confeção


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ANHO ASSADO E ARROZ DO FORNO

Historial

O Anho Assado com Arroz de Forno é por excelência um “prato de festa”, desde tempos imemoriais, ganhando especial destaque nesta região entre o Douro e o Tâmega onde a pastorícia complementa a atividade agrícola. Encontrámo-lo por um lado, associado ao repasto que culmina o dia da vindima, sendo servido aos trabalhadores – não raras vezes vizinhos – de pequenas comunidades que se revezavam no espírito de entreajuda nas fainas agrícolas. Por outro lado, os casamentos, na ementa das “bodas”, contemplava obrigatoriamente o Anho Assado, que muitas vezes, ao invés de se perguntar a data do enlace, se interrogavam para quando o “Convite para o Anho” do matrimónio. A história do arroz de forno, típico desta região e que a confraria do Anho Assado com Arroz de Forno promove e defende tem uma particularidade. No tempo dos nossos antepassados, sabemos das dificuldades monetárias que se faziam passar por estas terras, terras estas também de barões e baronesas, de patrões e caseiros. Como era habitual, nos dias de festa, os caseiros preparavam o anho assado no forno para que pudessem degustar um belo manjar em família. No final da refeição, como pouco restava do anho, somente arroz, que também era delicioso, os caseiros encontraram uma forma de poder saborear o anho assado, colocando-o por cima da grelha, para que este ficasse a “pingar” os condimentos e o sabor do anho pelo arroz. Sabedores dos bons sabores, podiam degustar assim um arroz saboroso, com sabor a anho assado
Representatividade na alimentação local: É o prato gastronómico do concelho. É o prato de festa do concelho.

Disponibilidade do produto (em extinção, oferta contínua, recuperação): Oferta contínua. O Anho Assado com Arroz de Forno está disponível todo o ano no concelho. Com a Rota do Anho Assado com Arroz de Forno, este encontra-se disponível nos vários dias da semana, nos vários restaurantes aderentes a mesma. Para grupos grandes é necessário fazer uma marcação prévia.


Saber fazer: 

A particularidade deste produto, tem a ver com a sua forma de produção, o qual tem de ser confecionado em forno a lenha, de tijolo de barro, e o anho tem de ir a assar por cima do arroz. A sua preparação de véspera é essencial para que a carne adquira todos os sabores dos ingredientes da pasta no qual é barrado o anho.


ARROZ DE CABIDELA

Genericamente chama-se cabidela a um guisado que, quando na fase final de preparação, se utiliza sangue do animal que se está a confecionar. Parece fácil assim descrito, mas depois vamos descobrindo as habilidades de quem o sabe fazer. Não se sabe desde quando esta prática se enraizou nos hábitos alimentares portugueses, sendo que também se fazem confeções com o sangue noutros países europeus. Seguramente podemos afirmar que foram os portugueses a levar estas tradições aos países novos, descobertos, pois ainda encontramos na sua maioria a expressão “cabidela” para significar a utilização do sangue no receituário. Desde Cabo Verde com “arroz de cabidela”, passando por Angola “galinha de Cabidela”, em Macau com a “cabidela de pato” até à India com a “cabidela de leitão”, ainda hoje a prática se mantém. Em Moçambique e Goa ainda hoje se mantém a prática da receita de Sarapatel que também utiliza o sangue, mas a forma de confecionar é diferente. É, no entanto, no Brasil que reencontramos a maior variedade de receitas com utilização do sangue e com atribuição da designação “cabidela”. Em todo o Nordeste é frequente encontrar, assim como em Minas Gerais. Maria Lúcia Gomensoro, define cabidela, no seu Dicionário de Gastronomia como: “Prato de cozinha portuguesa, é um ensopado de ave (pato, peru, galinha ou ganso), feito em um molho em que é misturado seu sangue com vinagre.” A dosagem de vinagre é uma das questões delicadas deste prato pois em excesso revela-se como um defeito.

A cabidela em Portugal continua associada aos conceitos de certas cozinhas regionais e em particular à do Minho e Douro. Pelas citações atrás podemos deduzir que já os árabes que estiveram na Península Ibérica conheciam a receita e que poderá ter sido também adotada pelos francesismos culinários que nos invadiram. Certo é que nos tempos que correm assumimos a receita como uma “coisa” nossa.

Como já referido, o Douro continua a erguer a bandeira das cabidelas associadas ao seu “frango pica no chão” de que o Concelho de Baião e em particular a Freguesia de Loivos da Ribeira e Tresouras se anima com um evento gastronómico no qual são vedetas o “Pica no Chão”, a broa com chouriço e naturalmente o Vinho Verde. 



VINHO VERDE DA CASTA AVESSO

Como casta, a Avesso não poderia ser mais explícita. O próprio nome encarrega-se de indicar a sua personalidade vincada e problemática. É verdade, a casta Avesso gosta mesmo de ser difícil, hostil, de cismas, do contra…do avesso. Nasceu da região do Vinho Verde e é nesta região que frutifica e prospera. É uma casta regional, na definição mais perentória e particular do termo. Tão regional e local que hoje quase se circunscreve à sub-região de Baião, na confluência com a região do Douro. É aqui que prospera e só aqui que perdura. Como casta particular que é, ao avesso das restantes castas da denominação Vinho Verde, dá origem a vinhos bem maduros, com forte potencial alcoólico que, em muitos casos, superam os valores máximos preconizados para a denominação de origem.

É uma casta vigorosa e produtiva que aprecia os afloramentos graníticos dos solos da sub-região do Baião. Já esteve em sério declínio na região, mas hoje existe um revivalismo em seu torno, uma vontade expressa em descobrir-lhe os segredos, em desvendar-lhe o potencial. Sobretudo porque dela podem resultar vinhos mais sérios e complexos que o padrão na região, vinhos mais aveludados, mais volumosos e suaves, vinhos potencialmente apelativos a uma larga franja de enófilos.


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